Claudia Almeida Fioresi y Marcia Borin da Cunha
«A leitura de textos de divulgação científica e a produção de histórias em quadrinhos»
Revista Areté, vol. 12, n.º 26 (2019)
Revista Areté. Revista Amazônica de Ensino de Ciências | Universidade do Estado do Amazonas (UEA) | Programa de Pós-Graduação em Educação e Ensino de Ciências | Manaus | Amazonas | BRASIL
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«A Divulgação da Ciência faz parte do nosso contexto social e está presente em diversos meios de comunicação. Deste modo, práticas de inserção de textos de Divulgação Científica (DC) nas escolas parecem ter se intensificado cada vez mais nas ultimas décadas. Com o surgimento de revistas de DC no Brasil, no final do século XX e início do século XXI, como Ciência Hoje (1982), Pesquisa Fapesp (1999) e National Geografic (2000). Assim, temas relacionados à Ciência e Tecnologia têm ganhado mais espaço e destaque em algumas propostas no ensino de Ciências.
»Tanto a DC quanto as Histórias em Quadrinhos (HQs) podem ser consideradas gêneros de discurso, sendo estes importantes elementos para desenvolver atividades em sala de aula das mais diversas naturezas e relacionadas a vários conceitos, sejam nas aulas de Ciências, Literatura, História, etc. Sobre as potencialidades destes gêneros podemos mencionar por um lado, que a DC pode ser considerada um recurso utilizado para que as informações referentes à Ciência e Tecnologia se tornem acessíveis ao grande público, ou seja, procura apresentar tais assuntos ao público leigo com uma linguagem acessível e de fácil compreensão. Por outro lado, sobre as HQs, Santos e Vergueiro (2012) salientam que palavras e imagens, juntas, ensinam de forma mais eficiente. Pois, a interligação do texto com a imagem existente nas HQs pode ampliar a compreensão de diversos conceitos.
»Integrando a DC às HQs, podemos obter um eficiente instrumento pedagógico para as aulas na área de Ciências. As HQs, de modo geral, podem aumentar a motivação dos estudantes, aguçando sua curiosidade e desafiando seu senso crítico (VERGUEIRO, 2008). A DC, por sua vez, faz parte de uma educação informal e pode influenciar a formação das percepções de Ciência e Tecnologia dos indivíduos (CUNHA, 2019). Por isso, consideramos de suma importância trabalhar e pensar sobre as formas de leitura deste discurso na Escola.
»Sendo assim, em nossa proposta, utilizamos a inserção desses dois gêneros textuais em sala de aula, pois sabemos que, muitas vezes, os estudantes pensam que a Ciência se restringe ao que aprendem na escola e, geralmente, não conhecem revistas ou meios que divulgam a Ciência. Além disso, o ensino atual, não só da Química, mas também de outras áreas do conhecimento, ainda está fundamentado em processos tradicionais de ensino, processos nos quais o professor é visto como o detentor do conhecimento e aos estudantes cabe a tarefa de reproduzir os conceitos de forma passiva ou até mesmo acrítica.
»Conjuntamente com produção das HQs trabalhamos a leitura crítica de textos de DC em sala de aula. Para tanto, utilizamos dois textos de revistas e assuntos diferentes. As revistas de DC selecionadas apresentam perfis diferenciados quanto ao seu modo de produção e público atingido. Assim, os textos se diferenciam quanto ao estilo e forma composicional».
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